A História Comparada1. O Que é a História ComparadaQuando nos debruçamos sobre o estudo da história de uma determinada sociedade ou instituição, quase que inconscientemente,
relacionamos o que aprendemos sobre a história dessa sociedade ou instituição com a
história de outras sociedades e instituições, e naturalmente temos a tendência de
realçar certas semelhanças ou diferenças entre as duas, e até de
compararmos a evolução de cada uma com a outra numa forma mais sistemática. Deste enfoque comparativo, somos levados a identificar com frequência quais foram os
agentes ou variáveis que,
communs aos dois objectos ou
presentes num e ausente no outro, resultaram em consequências semelhantes ou marcadamente diferentes.
Podemos assim dizer que a história comparada é o estudo comparado da história de duas ou mais unidades sociais ou políticas, ou instituições sociais tais como povos, cidades, cidades-estados, bairros, regiões, colónias, nações, estados, sociedades, civilizações, religiões, instituições, personagens históricas, ou conflitos ao mesmo tempo em lugares diferentes, ou em tempos diferentes.
O estudo de história comparada não se debruça só sobre comparações culturais, sociais ou políticas, mas também sobre métodos interdisciplinares de pesquisa histórica, pois podemos estudar as diferenças nos resultados quando usamos métodos de estudo diferentes.2. Um ExemploPara melhor ilustrarmos o conceito de história comparada, vamos estudar como exemplo os
padrões de penetração europeia em África, na América do Norte, na América do Sul, e na Ásia, dos fins do Século XVI ao princípio do Século XX. Estudando cada um em particular e depois comparar o que aprendemos, constatamos não só o que ocorreu em cada um dos continentes, mas também aprendemos quais foram os factores comuns e quais as diferenças principais, entre cada um e os restantes.
Sabemos empiricamente que
a geografia foi decerto um factor comum que resultou em práticas de ocupação e penetração diferentes para cada caso; sabemos que o modo de produção (ou
estado de technologia/ sistema económico) dos povos indígenas condicionou também os resultados; e sabemos ainda que
o papel que cada região nas relações económicas internacionais condicionou também não só a evolução histórica de cada região, mas também a forma como as relações económicas ou políticas dentro do conjunto dos continentes (ou da economia global) se haviam de desenrolar.
Ainda em termos de
geografia, a planície extensa do
Mississipi facilitou a expansão francesa no interior da
América do Norte começando na
Luisiana e prosseguindo em direcção Norte até aos
Grandes Lagos (em que o
métis (mestiço) foi a ponta-de-lança da penetração); Na
América do Sul, o vale do
Rio S. Francisco no Brasil (
o sertão, como fronteira da expansão para o interior), e do
Rio Paraná nas Pampas da Argentina, e no Chaco do Paraguai e da Bolívia facilitaram a penetração portuguesa e espanhola, respectivamente, para o interior do continente sul-americano; já em África, talvez com a excepção da bacia do Zambeze na costa oriental,
a geografia africana não facilitou a penetração europeia, podendo dizer-se que até pelo contrário actuou como que uma
barreira à penetração europeia do hinterland africano (
o Mato). Na Ásia, mais própriamente
na Índia e na China, a geografia não foi um factor tão relevante, já que foi ofuscado por modos de produção e tecnologias mais avançadas em que a vantagem comparativa europeia era mínima ou negativa em relação aos povos nativos, e pelo
factor população, em que os europeus eram sempre uma minoria muito pequena em relação à população local ou regional muito vezes maior.
3. Identificação de Semelhanças e DiferençasOs estudos de história comparada procuram não só realçar acontecimentos semelhantes que se repetem em duas ou mais sociedades, regiões ou instituições, como também nos
iluminam o porque é que da mesma semelhança resultam duas ou mais experiências tão diferentes umas das outras. É ainda através da história comparada de duas ou mais unidades históricas (sociedades, povos, nações, estados, biografias, etc.) que podemos identificar certas forças ou elementos semelhantes em contextos históricos diferentes.
De facto, é
só atraves de uma perspectiva comparada que podemos aprender os elementos estruturais e culturais de uma certa realidade histórica, podendo assim
realçar o papel de certas variáveis no resultado final. Com efeito, podemos dizer que para nos conhecermos a nós próprios, (isto é:
para estudar a história de um país), por exemplo,
ajuda muito conhecer a história de outros países, principalmente daqueles em como o o país a ser estudado se relacionava com os outros países.
4. Comparações Mais EspecíficasSe prosseguirmos a nossa análise em mais detalhe, somos levados a concluir que para o europeu o clima insalubre de África, complementado pelo paludismo, a febre amarela, e outras endemias resultaram em sistemas de colonização diferentes; mais ainda, somos levados a concluir que no caso da África Central, a doença do sono levou a que se intensificasse a colonização europeia das Américas, em detrimento da colonização europeia da África Central, pois esta não permitiu o uso do cavalo em operações militares no interior, e não permitiu o desenvolvimento da pecuária (como base económica propícia à fixação de população europeia), resultando numa ocupação mais efémera e mais dependente de importação de alimentos do exterior.
5. Estudo Comparativo de Uma Instituição
Se quiserermos focar o nosso objecto de estudo mais específicamente na mão-de-obra, por exemplo, constatamos que a África fornecia escravos, as Américas recebíam-nos e usavam-nos na produção de produtos tropicais e metais preciosos, e a Índia e a China tinham excesso de população, não necessitando assim de mão-de-obra importada. Daqui podemos concluir que a instituição da escravatura e o sistema económico do tráfico de escravos do Atlântico assumiu aspectos muito diferentes em cada um dos continentes.
É assim evidente que havia uma forte dependência no trabalho escravo em cada um dos continentes, mas se nos debruçarmos no estudo mais detalhado da mesma instituição, depressa concluímos que ser escravo em Angola era muito diferente de ser escravo no Brasil, no Perú, ou nas Antilhas; que por sua vez era muito diferente da experiência de ser escravo nas Colónias Americanas.
Um estudo de história comparada pelo qual tenho um certo fascínio é o estudo da acção dos Jesuítas no Mundo, pois que em cada continente os padres da Sociedade de Jesus desenvolveu sempre um papel muito relevante para o dominação europeia do mundo, mas de facto a sua prática no terreno foi muito diferente em cada continente. Assim, os Jesuítas defendiam a não escravização do Índio nas Américas, ao passo que em África fomentavam o tráfico de escravos africanos. Por outro lado, a sua acção na América do Norte foi essencial à expansão francesa no Mississipi e no Canadá, ao passo que a sua acção na Etiópia, na Índia, na China e no Japão foi mais focada nos campos da evangelização, do ensino, e da ciência.
6. Factores Únicos
Os estudos de história comparada podem cingir-se a elementos únicos de uma sociedade, região, ou país, assim comparando o impacto da existência de um factor único numa sociedade, região ou país, com outra sociedade, região ou país em que esse mesmo factor não existiu. Através comparação superficial entre os padrões de colonização portuguesa em Angola e no Brasil, podemos dizer que o mosquito anofeles (insecto vector na transmissão da malária), foi um factor comum e determinante no curso que a ocupação e colonização portuguesa no Brasil e Angola, mas de facto foi a mosca tsé-tsé (vector de transmissão da doença do sono), existente unicamente em Angola, que mais determinou os caminhos diferentes da colonização portuguesa em cada lado do Atlântico Sul.Assim, e ainda com base nesta análise, podemos também concluir que, em certa medida, a
doença-do-sono impediu a colonização portuguesa de Angola e facilitou
a colonização portuguesa do Brasil, durante o período que foi dos princípios do Século XVI aos finais do Século XIX.
7. Visão GlobalDe volta à nossa comparação global, podemos dizer que em termos do papel desempenhado por cada região no sistema económico mundial, sabemos que a África forneceu escravos, que por sua vez foram usados nas Américas nas economias de plantação de produtos tropicais (açúcar, tabaco, algodão, café, e madeiras) e na produção de metais preciosos (ouro, prata e diamantes); por seu lado, as Américas receberam escravos e com eles e com a quantidade abundante e fértil de terra produziram matérias primas que eram exportadas para a Europa; e sabemos ainda que a Ásia forneceu certas mercadorias ou produtos acabados, cujos custos de produção e frete eram mais baixos dos que as mesmas mercadorias produzidas na Europa, para serem vendidos nos mercados africanos e na América do Sul.Em termos de organização social e política, o desbravar do imenso interior do Mississipi foi feito pelos Coureur-de-Bois; no Canadá pelos Voyageurs (Métis) em busca de peles de castor; no Brasil pelos Bandeirantes em busca de Índios, ouro e diamantes; em Angola pelos Pumbeiros e Funantes em busca de escravos; e em Moçambique pelo regime de terras dos Prazos (por alguns considerados como uma forma de organização económica feudal). A penetração europeia nos hinterlands indiano ou chinês não chegou sequer a acontecer, porque foi sempre pronta e sistemáticamente barrada pelos potentados na orla costeira que controlavam o comércio com o interior. Assim, em regiões diferentes a penetração europeia usou métodos diferentes, resultando em consequências muito diferentes para cada uma das regiões estudadas.
8. Comparação de Sistemas Económicos ao Longo da História da Humanidade
O campo da história comparada que talvez tenha suscitado o maior interesse e discussão dos estudiosos de história económica, é, sem dúvida, a comparação de sistemas económicos ao longo da história da humanidade.
Esta comparação é em geral
macro-histórica e secular (ao longo de muito tempo), mas pode também incidir sobre duas ou mais sociedades com modos de produção diferentes (sistemas económicos) que co-existam ao mesmo tempo.
Não obstante ser a "coluna vertebral" do pensamento de Marx, o que pode não ser aceite por alguns leitores desta Viagem, vamos assumir, como exemplo,
que o motor do progresso e do desenvolvimento humano resta principalmente no trabalho do homem.
O produto do trabalho gera uma determinade quantidade de bens e serviços (uma
riqueza), que é mais do que o trabalhador precisa para a sua subsistência própria e da sua família, gerando-se assim um
excedente económico. Este excedente (ou
mais valia) é dividido entre a
sociedade (através do pagamento de impostos) em geral como contribuição para as necessecidades da sociedade, e a
classe de proprietários dos instrumentos de trabalho e meios de produção. A classe de proprietários "
gasta" em despesas próprias uma parte do excedente, e o resto
que não gasta é poupado em forma de
acumulação de riqueza, que é reinvestido em mais meios de capital (investimento em ferramentas, máquinas, prédios, software, etc.), que por sua vez hão de acelerar a geração de mais riqueza.
Se adptarmos esta interpretação do progresso da humanidade ao nosso exemplo de estudo de história comparada, podemos ver que nas sociedades mais "primitivas"
a mulher foi a primeira a sofrer a exploração pelo homem, na medida em que em geral
era ela que trabalhava o campo, cuidava dos filhos e preparava a comida para a família. O homem, dedicava-se à caça e à pesca, à guerra (para apreender mais mulheres), ou à religião como mecanismo de control da sociedade.
Com as incursões guerreiras a tribos e grupos vizinhos, o homem começou a utilizar os prisioneiros de guerra como escravos em trabalhos designados a enriquecer mais os membros das classes dirigentes (e a sua família), ou aumentar o seu controle sobre a sociedade em questão. Assim, do
trabalho do escravo, os donos aproveitavam o excedente económico, por ele produzido, que era por sua vez reinvestido em
material e equipamento de guerra e em mecanismos de control social, como 0
direito, como conjunto de leis de protecção à propriedade privada, e a
religião, como base teológica que controlavam o conjunto de normas morais.
Mais tarde, já no
modo de produção feudal, com o desenrolar da actividade humana,
os escravos tornaram-se mais caros pela sua raridade, pois tinham que ser conquistados (ou apanhados) a distâncias cada vez maiores, e
tornou-se mais barato retirar-se o excedente do trabalho gerado pelos dos trabalhadores da terra (servos da gleba) e
camponeses independentes. O excedente obtido era por sua vez reinvestido na compra ou conquista de
mais terra e no investimento em
grandiosos edifícios de defesa (castelos) e
lugares de culto (igrejas), que existiam para
manter o controle da classe em comando.
Com o aparecimento de cidades, que evoluiram dos antigos feudos de propriedade da nobreza, o excedente maior e mais valioso passou a ser produzido pelos
aprendizes e artesãos que nas
oficinas medievais produziam uma variedade maior de bens e serviços, para os quais eram pagos pelo seu trabalho; mas o excedente era acumulado pelas
famílias mais ricas da cidade (a burguesia), e por sua vez reinvestido em mais ferramentas e maquinaria, que resultou no processo de manufactura de bens que produzidos em maior quantidade (em série) eram vendidos na cidade e
exportados para outras cidades ou países vizinhos, com
grande lucro para os
mercadores mais ricos da cidade.
A luta pelo control social e militar dos membros da cidade e dos campos que produziam a riqueza, entre a nobreza e os mercadores da cidade (burguesia) durou séculos, resultando na vitória final da burguesia das cidades medievais e na
derrota da nobreza e grande enfraquecimento da Igreja (através do desafio da Reforma ao monopólio da Igreja Católica de Roma.
Com estes lucros, a burguesia investiu o excedente em meios militares e de produção, que levaram ao control de estados maiores e de
marinhas mercantes e de guerra que asseguravam o fornecimento de escravos de África e de matérias primas (produtos tropicais e metais preciosos) do Novo Mundo recentemente descoberto, o que multiplicou os lucros para a burguesia, que agora eram mais na
forma de dinheiro (capital líquido) que passou a ser usado no investimento de
novas empresas nacionais e coloniais que atraíam lucros ainda maiores.
Com o desenvolvimento do
comércio internacional, o
mundo passou a ser o mercado de factores (fornecedor de terras, matérias primas e trabalhadores), ao mesmo tempo que passou a ser o
mercado consumidor da produção agrícola e industrial, e os estados nacionais passaram a ser o baluarte da propriedade privada dos meios de produção (ferramentas, trabalhadores e lucro comercial), que eram controlados pelas classes dirigentes. Desta feita, o
poder tradicional dos reis foi substituído pelo estado democrático na forma de repúblicas em que a protecção da propriedade privada era a principal função do direito e do estado.
Dos lucros obtidos através do comércio internacional, a classe detentora do excedente e da acumulação embarcaram na produção industrial, na o qual
os trabalhadores eram pagos um salário muito baixo, suficiente apenas para manter o fundo de trabalhadores aos níveis necessários a sua reprodução e manutenção do status quo.
Assim, assistimos ao grande desenvolvimento da actividade económica que resultou na Revolução Industrial na Europa, que requeria exércitos muito grandes de trabalhadores nacionais que essas sociedades não geravam em quantidade suficiente. Teve-se assim de recorrer ao
trabalho dos povos nativos das colónias, que passaram não só a ser explorados pelos colonialistas propriamente ditos, mas também pelos
povos das metrópoles, que gradualmente se libertavam da exploração desenfreada dos
capitães da indústria da
Revolução Industrial.
Os
impérios coloniais passaram então a ser o veículo usado pelos detentores do capital acumulado (
agora à escala mundial) para gerar uma riqueza global ainda maior. Assim, podemos dizer que primeiro através da escravatura e do tráfico de escravos do Atlântico, e depois através dos camponeses e proletários (trabalhadores das fábricas) das colónias, a
riqueza continuou a concentar-se nas mãos das classes dirigentes da Europa e da América do Norte, cada vez mais pequenas em números mas cada vez mais ricas, de facto controlando a economia de todo o mundo.
À medida que a produção industrial foi sendo substituída pela produção mental
(indústria do conhecimento), aqueles membros das sociedades que controlavam a
tecnologia (cada vez mais avançada e complicada), passaram a controlar a economia global, que passou de uma economia de produção de bens para uma economia de serviços (de conhecimento, como é o exemplo de software).
Numa perspectiva muito geral, esta descrição não é mais do que
uma comparação dos sistemas económicos a cada estágio do desenvolvimento humano, em que da constante da apropriação do excedente e reinvestimento da acumulação resultaram variações em como a exploração do trabalho foi levada a cabo pelas classes dirigentes.
Para melhor compreensão deste tópico fascinante, sugiro a leitura da obra clássica "
História da Riqueza do Homem" da autoria de
Leo Huberman, 21ª edição, revista, publicada pela Editora LTC (Livros Técnicos e Científicos Editora S.A), no Rio de Janeiro, em 1986.
9. Raízes e Causas PrincipaisO estudo histórico comparado de duas ou mais unidades históricas ajuda-nos também em explicar as causas principais de certos processos ou acontecimentos históricos, e também a melhor evitar paroquialismos e mesmo até evitar excessiva especialização. A comparação da experiência histórica de duas ou mais unidades históricas ajuda-nos também a identificar características que são peculiares ou únicas a certas sociedades. Por outro lado, nada melhor do que estudarmos a história de outras sociedades e instituições, para indagarmos melhor o nosso passado ou mesmo o nosso presente. Numa cobertura mais transnacional ou global (mais macro-histórica), a história comparada ajuda-nos a identificar processos que afectam regiões mais globais ou grupos maiores de países, como tão bem nos ilustram os trabalhos de Emanuel Wallerstein sobre o Moderno Sistema Económico Mundial.10. Funções da História ComparadaDe tudo o que discutimos neste capítulo podemos concluir que a História Comparada nos ajuda a: a) revelar alternativas que de outra maneira não eram tão óbvias ao estudioso de história; b) procurar diferenças ou semelhanças em história, atribuindo maior ou menor peso ou isolando variáveis que são a razão de certas condições particulares; e c) a reconhecer padrões comuns e a fazer generalizações.11. Limitações e Riscos da História ComparadaO estudo de história comparada não se realiza sem alguns riscos e dificuldades. De facto, o uso incauto ou o abuso da história comparada pode levar estudiosos de história de países diferentes aos seus a enfrentar limitações criadas por eles próprios. Como exemplo a ilustrar essas dificuldades,podemos usar o estudo da história de Angola por historiadores portugueses, e o estudo da história de Portugal por historiadores angolanos para ilustrar esta dificuldade.Os estereotipos que cada historiador tem acerca do outro país acabam por dificultar sua a imparcialidade e objectividade do estudo, levando o estudioso incauto a não perceber em como o nacionalismo ou o etnocentrismo influenciam a sua óptica, pois só com certa dificuldade o estudioso de história se pode despir dos mesmos; assim, o lugar e tratamento de Angola na história de Portugal, e os de Portugal na história de Angola são influenciados sobremaneira pelos estereotipos que os historiadores de cada país têm acerca do outro.Outro risco do abuso da história comparada é exagerarmos semelhanças ou diferenças, o que nos leva a conclusões erradas. Como exemplo, podemos indicar o caso da sociologia histórica de Gilberto Freire e as raízes históricas do luso-tropicalismo, que concluiu que a presença do português no Brasil foi em muitos aspectos semelhante à sua presença em Angola ou em Moçambique, o que hoje sabemos bem não ter sido o caso.